Nos anos 60 havia um desenho animado da Hanna-Barbera chamado Os ImpossÃveis. Era um grupo de rock cujos integrantes eram também super-heróis. Um deles era o Multi-homem: como o nome sugere, ele se multiplicava, mas só um era o original.
Eu chamo de “sÃndrome de multi-homem” um erro bastante comum em vários cÃrculos, que é dizer: nossos corações, nossas almas, nossas vidas, nossos corpos…
Segundo as regras do vernáculo, membros do corpo, figurada ou literalmente, que são unitários em uma pessoa permanecerão no singular mesmo quando se referirem a um grupo ou à multidão. Assim: “Temos de trabalhar para que nossa vida [não “nossas vidas”] mude” (= Cada um de nós tem de trabalhar para que sua vida mude). Observe que ninguém diz ou escreve: “Isso está diante de nossos narizes”, “Nossos dinheiros são ganhos com os suores dos nossos rostos”, “Nossos futuros serão diferentes graças ao esforço”, “Nossos sucessos dependem de nossos focos”, etc. O mesmo se aplica também a atributos: “Todos ficam com a alma ansiosa [não com as almas] quando vão ter o primeiro filho.”
Deve-se usar o plural apenas daquilo que é plural no indivÃduo: nossas mãos, nossos olhos, nossos pulmões, nossos sonhos, nossas ilusões, nossos ganhos, nossos bônus…
Sucesso a todos. E até a próxima dica!
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