Você entende o que lê?

O número de analfabetos no país tem diminuído, diz o Ministério da Educação. Porém 21,6% (dados de 2007) da população brasileira e analfabeta funcional. E por essa definição o MEC entende pessoas com mais de 15 anos que estudaram até a 4ª série ou menos.

Mas, num panorama extraoficial, analfabeto funcional é aquele que mesmo sabendo formar palavras e ler, lê e não entende.

E, em tempos de inclusão digital isso se torna um perigo. As informações pululam de todos os lados, a todo instante. A internet abre espaço para descontração, ironia, informalidade e o bom e velho ‘achismo’. Aos leitores, além de saberem separar o tal do joio do trigo, espera-se que não levem tão a sério o que circula pela rede.

No mundo virtual, o espaço é de todos. A informação jorra e cada um faz uso dela como bem entender, eu sei. Mas, o número de comentários que lemos por aí, mostra o quanto as pessoas têm deficiências na compreensão. E não falo só de blogs, grandes portais noticiosos sofrem com o analfabetismo funcional. São pessoas lendo um amontoado de palavras, destacando algumas e fazendo um livre ‘discurso’ sobre aquilo que não entenderam.

E de quem é a culpa? Textos mal escritos? Acontece muito. Mas, a educação do país é falha. Passamos a vida escolar interpretando textos: De quem a Mariazinha gostava? Quem deu o presente para o Joãozinho?

Questões super vitais para a vida de qualquer cidadão. Fosse eu professora, proporia interpretações da vida real. Pega o jornal, interpreta os fatos do dia, entende o que acontece no mundo. Muitas professoras devem fazer isso, eu imagino. Porém, penso que deveria fazer parte do currículo obrigatório. Trazer as crianças pra vida desde cedo.

Entender que no mundo em que elas vão crescer a informação que transborda por todos os lados, se bem utilizada, pode mudar alguma coisa no mundo. Nem que seja apenas para criar discussões de nível, onde pessoas entendem o que lêem e colaboram com o debate de forma construtiva.

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