Em toda festa familiar não há como fugir da pergunta tradicional: um tio espertinho aponta para a sobremesa e pergunta, convicto de que está sendo original: “É pavê ou pra comê?” E ai do sobrinho que não esboçar um sincero sorriso.
Vou me permitir filosofar um pouco a partir desse trocadilho sem graça, aplicando às dicas de português e outras.
Todos temos dois modos de nos aproximar dos fatos da vida: o primeiro é apenas olhando, observando-os, tomando conhecimento de sua existência, elogiando sua beleza, louvando sua funcionalidade, incensando seu autor, repetindo-os e emoldurando-os; ou podemos comê-los, podemos aproveitá-los, usufruir deles, tirar proveito do que eles têm e são. Em suma, podemos ver ou podemos comer.
Isso funciona em todas as áreas da existência, das matérias da escola aos preceitos da fé. E é especialmente aplicável à área de marketing de relacionamento (nome que prefiro à marketing de rede ou marketing multinÃvel). Recebemos, por exemplo, excelentes dicas e orientações sobre fechamento e convite. Mas isso é pavê ou pra comê? É apenas para ficar sabendo, para admirar, ou é para usar, para colocar em prática?
O mesmo se aplica a estas orientações de português. Saber que o correto é 9h e não 9hrs, 9hs, 9:ooh, 9:00hrs é pavê ou pra comê? O correto é quinta-feira, não quinta feira nem Quinta feira é pavê ou pra comê?
O que estamos esperando para começar a usar tudo o que já vimos? As regras, os princÃpios, as leis não vão mudar porque não concordamos com elas ou porque temos indisposição de mudar. Ou nos moldamos a elas ou elas nos apontarão o dedo dizendo: “Você continua errando nisso, apesar de já saber que é errado!”
Tudo o que aprendemos só se transformará em sucesso se for comido. Quem ficar apenas olhando vai morrer de fome e de inveja dos outros.
Coma sem moderação todas as dicas e orientações. E até a próxima!