Repita comigo: em que, em que, em que…

Ontem encontrei dois exemplos da mesma cochilada. Dizem respeito à regência verbal, um assunto que assombra a humanidade em geral. Veja os dois aí embaixo:

Seleção_010

Seleção_011

O primeiro é do Yahoo (sim, ele de novo…); o segundo, de um sítio de vagas de emprego. Onde está o problema dos dois? Faltou o em.

Quem mora, mora em algum lugar. Quem passa as férias, passa as férias em algum lugar. Você poderia escrever: “Lugar que Mariana Rios descobriu é de dar inveja”, e estaria correto, pois quem descobre, descobre alguma coisa. Existe, neste caso, uma ligação direta entre o verbo e seu complemento. Em linguagem gramatical, descobrir, assim como abandonar, acusar, ouvir, visitar e tantos outros, é um verbo transitivo direto, ou seja, aquele que é complementado por objeto direto. O verbo não exige preposição para que sua regência seja estabelecida.

Morar, como já mencionado acima, não se liga diretamente ao complemento, mas exige a preposição em. É, portanto, verbo transitivo indireto, complementado por objeto indireto. Assim, o candidato à vaga deve ser conhecedor da cidade em que mora.

No primeiro exemplo, passar férias também exige a preposição em.  Veja outros exemplos:

Vou passar as férias em um lugar maravilhoso!
Joana se arrependeu de ter passado as férias em Cancun.
Nada como aquelas férias que passei na fazenda.

Experimente tirar o em dos exemplos acima e você verá que as frases ficam incompletas, sem sentido.

Então, atenção à regência verbal!

Abraço.

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