Dia desses, em Santo André (SP), topei com esta placa:
/Logista/? De onde tiraram isso? O autor da placa provavelmente pensou que um texto tão pequeno, tão simples, que qualquer um escreve, não precisaria de revisão. Errou feio. O autor esqueceu que as palavras que indicam “pessoa envolvida com” (para tentar uma definição bem ampla) em geral são compostas pelo substantivo de origem menos a vogal final mais a terminação ista. Assim:
- Coro ⇒ corista
- Arte ⇒ artista
- Maratona ⇒ maratonista
- Malabar ⇒ malabarista
- Frente ⇒ frentista
- (Conta) corrente ⇒ correntista
- Periódico ⇒ periodicista
- Dente ⇒ dentista
- Marx ⇒ marxista
- Comunismo ⇒ comunista
- Jornal ⇒ jornalista
- Governo ⇒ governista
- Loja ⇒ lojista
Quando o substantivo de origem termina em ditongo, a última vogal é cortada e adiciona-se apenas sta.
- EquilÃbrio ⇒ equilibrista
Há outros casos, que acontecem mais raramente, mas todos eles respeitam o termo de origem. Então, de onde tiraram /logista/? Aqui não há como ter dúvida entre G ou J.
O segundo erro feio é ainda mais inexplicável: diregente. Mais uma vez vemos que falta faz um revisor… Os substantivos e os adjetivos terminados em ente indicam, de modo geral, ente (pessoa ou coisa) que executa o verbo de origem do termo ou que tem o que é designado pelo substantivo de origem. Alguns exemplos:
- Presidente ⇒ ente que preside
- Paciente ⇒ ente que tem paciência
- Gerente ⇒ ente que gere
- Absorvente ⇒ ente que absorve
- Doente ⇒ ente que tem doença
- Conferente ⇒ ente que confere
- Parente ⇒ ente que tem parentesco
- Delinqüente ⇒ ente que delinqüe (sim, existe o verbo delinqüir)
- Detergente ⇒ ente que deterge (sim, existe o verbo detergir)
- Dirigente ⇒ ente que dirige
Assim como não existe /presedente/, não pode existir /diregente/. A menos que… Lembrei de uma coisa! Minha esposa tem um parente distante que diz, do alto de sua sabedoria: “Quem veve e direge tá sucetive de certas rebardaria”. Será que ele se mudou para Santo André e está pintando placas?